domingo, 29 de junho de 2008

Berlusconi - o intocável

O que fazer quando se tem problemas com a justiça?

A resposta a esta questão é simples, embora possa ter várias variáveis.

Temos a solução Vale e Azevedo que passa por ir viver para Londres, depois de ter saído da cadeia. Mas nem todos podem contar que o dinheiro das trafulhices que os levaram a ser presos esteja à espera deles de braços abertos quando são libertados, pelo que é preciso tentar evitar ser preso.

É por isso que vos vou apresentar a solução Berlusconi.

A solução Berlusconi é uma solução que já provou a sua eficácia na Itália e que pode ser facilmente adaptada a Portugal, dado que o nosso sistema de justiça já demonstrou que consegue ser pior que o italiano.

Antes de mais para colocar em prática a solução Berlusconi é preciso ter um partido político, coisa fácil no nosso país, afinal o Paulo Portas é líder do CDS/PP e o Santana Lopes teve a lata de se candidatar à liderança do PSD.

Depois de se controlar o partido à escolha é necessário fazer com que o mesmo chegue ao poder. Como fazer isso? Elementar, meus caros. Para tal basta esperar que sejam convocadas eleições e convencer os otários, também designados por eleitores, de que têm a solução para o país. É aconselhado que controlem os meios de comunicação para ajudar na campanha. Para quem não sabe a campanha serve para informar os otários de que em determinado dia, eles têm de ir às urnas votar no vosso partido.

Depois é só esperar que sejam chamados para formar governo, ou seja, dar ministérios aos vossos amigos. E de seguida podem fazer o que fez Berlusconi.

Mas o que é que fez o Berlusconi?!

O primeiro-ministro italiano, fez adoptar pelo seu governo um projecto de lei sobre a imunidade penal das quatro figuras de Estado com mais poder. O projecto de lei prevê a “suspensão temporária” dos procedimentos judiciários contra o Presidente da República, os presidentes do Senado e do Parlamento, bem como contra o primeiro-ministro. A suspensão terá uma duração igual à duração do mandato. Para que não o acusem de querer ficar à margem da justiça, o projecto de lei prevê que o acusado possa renunciar à imunidade, se assim o desejar.

Para que as pessoas não percebam bem o que se está a fazer é preciso que se mande as culpas para cima de outros, e também que arranjem justificações por mais patetas que sejam.


O objectivo desta lei é o de proteger “o desenrolar sereno das funções dos mais altos responsáveis do Estado” italiano, explicou o ministro da Justiça, Angelino Alfano.

Silvio Berlusconi é responsável por “governar sob os ataques constantes de juízes”, denunciou o seu advogado, Niccolo Ghedini, deputado do Partido das Liberdades (PDL), do chefe de governo.

O chefe de governo, cujas relações com a justiça do seu país são notoriamente más, acusa a esquerda de o querer eliminar da cena política com a ajuda daqueles a quem chama de “juízes vermelhos [comunistas]”, uma vez que estes não o conseguiram derrotar nas urnas.

Viram é fácil, escapar à justiça.

A democracia é uma coisa muito bonita.

PS: Esta solução não pode ser usada por todos, pois cada país só pode ter um primeiro-ministro.

1 comentário:

Maria disse...

hum...
depois de convencer o eleitorado e preciso tambem convencer o parlamento ou "aqueles-que-la-estao-para-o-tacho-a-pensar-nas-falcatruas-que-podem-fazer-se-a-lei-passar"....

Mas esses nao costuma ser dificil! :p