Os Direitos Humanos.
Depois de muito reflectir sobre esta matéria (fica sempre bem afirmar isto, mesmo quando não é verdade) resolvi abordar a temática dos Direitos Humanos.
Em primeiro lugar, tenho de destruir uma premissa concebida relativamente à minha pessoa. Eu não tenho nada contra os Direitos Humanos. É verdade, não tenho nada contra os Direitos Humanos. Por mais incompreensível que vos pareça eu não faço parte do leque de pessoas que abomina esse conjunto de regras e convenções que visam proteger os mais indefesos. Antes pelo contrário, considero que desde o fim da Segunda Guerra Mundial que eles – Direitos Humanos – têm vindo a assumir um papel extremamente importante e isso é claramente uma evolução positiva, e espero que não haja nenhum retrocesso.
Em segundo lugar, tenho de explicar porque razão é que as pessoas tendem a achar que eu tenho algo contra os Direitos Humanos. Ora, a razão pela qual isso acontece é difícil de explicar mas fácil de perceber, ou então é fácil de explicar e difícil de perceber, ou se calhar não é nenhuma das duas.
De qualquer das formas, eu não tenho nada contra os Direitos Humanos. Mas tenho muita coisa contra as pessoas que falam dos Direitos Humanos. Na minha modesta opinião, os Direitos Humanos são o parente pobre do Sistema Internacional. A verdade nua e crua é que as pessoas apenas falam dos Direitos Humanos como descargo de consciência ou para ganharem alguma coisa com isso. Basicamente é como dar uma esmola ao sem abrigo que se encontra na rua. A pessoa que dá a esmola não faz nada para que ele deixe a rua, apenas lhe dá uma moeda (provavelmente a mais pequena que tem no bolso) para que ele sobreviva e por consequência se mantenha na rua. E não raras as vezes acontece que o sem abrigo a quem damos a esmola tem de a entregar à pessoa que o colocou a pedir esmola.
Transpondo esta situação para o nível mundial a situação é a seguinte. Os dirigentes políticos e os multimilionários gostam de aparecer a dar dinheiro aos pobrezinhos do mundo. Assim, passam a imagem de bonzinhos e conseguem ganhar politicamente com isso. Os pobrezinhos continuam a ser pobres, porque aquilo que recebem é o equivalente à esmola que damos ao sem abrigo.
Admito que me estou a desviar do ponto fulcral, mas tinha de fazer o desvio para chegar ao meu destino. Do mesmo modo que nós só damos ao sem abrigo uma moeda (eu não dou, mas acredito que muito gente dá, caso contrário não haveria tanto sem abrigo a pedir esmola), ou o multimilionário só dá uma ninharia da sua imensa fortuna, ou ainda o dirigente político dá uma minúscula parcela do dinheiro ao seu dispor (afinal os pobrezinhos dos outros países não podem votar nele), também as pessoas comuns só dão um pouco da sua atenção aos Direitos Humanos.
As pessoas até que podem falar muito dos Direitos Humanos e que a situação em África é muito triste e que o Tibete sofre a repressão chinesa, mas a realidade nua e crua é que ninguém faz nada para mudar isso. Admitamos que os Direitos Humanos não são uma prioridade do nosso dia a dia, pois a principal preocupação de cada um de nós é para connosco e para com aqueles que nos são próximos. Não tem nada de mal, pelo contrário, considero que é natural que assim seja.
É esta a razão que faz com que eu não goste das pessoas que falam dos Direitos Humanos, regra geral as pessoas limitam-se a falar e nada fazem. Eu admito que nada faço e limito-me a admirar aqueles que de facto fazem algo e que trabalham na área. Esse pequeno conjunto de pessoas que dedica a sua vida a defender e a proteger os Direitos inalienáveis daqueles que não lhes são próximos e que não se podem proteger a eles próprios merecem da minha pessoa todo o respeito. A essa Elite de homens e mulheres que todos os dias se dedicam a defender os outros eu expresso a minha homenagem…
segunda-feira, 13 de abril de 2009
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