O Vilão
Antes de mais gostaria de caracterizar essa bela personagem que é o vilão. O termo vilão remonta à Idade Média, este era o descendente dos camponeses livres, o que significava que podia abandonar as terras do seu senhor caso o desejasse, o que fazia dele uma má pessoa para o senhor das terras, porque ao contrário dos servos poderia abandoná-lo sem quaisquer consequências.
Actualmente o vilão é o anti-herói, o adversário do protagonista da história que se caracteriza por possuir as características opostas do herói. Enquanto o herói é a personificação do bem o vilão é a personificação do mal. Geralmente o vilão tem objectivos simples como dominar o mundo ou o universo, dependendo do estilo da história. Normalmente o vilão elabora um plano maquiavélico para alcançar os seus propósitos, mas infelizmente é comum que não consiga fazer valer os seus intentos.
Ora, se o vilão não consegue valer os seus intentos é porque está a fazer alguma coisa de errado, talvez porque quando o vilão é confrontado com a possibilidade de eliminar o seu oponente escolhe meios muito pouco práticos. Portanto decidi analisar os vilões e ver onde é que eles erram, de modo a que caso no futuro me venha a tornar num vilão não cometa os erros do típico vilão. Eis o que irei fazer:
Ensinarei os meus subalternos a disparar, caso ainda não tenham reparado os ajudantes do vilão não sabem disparar armas o que faz com que o herói consiga sobreviver para destruir o plano do vilão;
Caso tenha oportunidade de matar o herói não pensarei duas vezes, nem me darei ao trabalho de arranjar um esquema qualquer do qual existe a possibilidade de ele sobreviver;
Não contarei o meu plano maquiavélico para dominar o mundo ao herói antes de o matar, se o sacana me escapar por alguma razão, pelo menos não saberá o que tenciono fazer;
Não matarei os meus próprios colaboradores, quantos menos colaboradores tiver pior será para mim, uma vez que são menos pessoas a tentarem ajudar-me a dominar o mundo;
Os túneis de ventilação do meu covil serão pequenos demais para impedir que o herói possa andar dentro deles;
Se tiver derrubado alguém para chegar ao poder, não deixarei aquele que derrubei dentro de uma masmorra à espera que ele morra, nem o exilarei, ele será morto para que não volte com intenções de recuperar o que era dele por direito;
O objecto que me confere poder não será guardado num local distante de mim que poderá ser acessível ao herói, este será guardado numa caixa forte com um código que só eu saberei num local que eu frequente, caso exista um objecto que me possa destruir este será destruído e não guardado;
Se o meio para chegar ao poder for casar com alguma princesa, não me darei ao trabalho de arranjar uma grande cerimónia com vários dias de preparação, irei levá-la directamente ao registo civil e casaremos lá imediatamente;
Se a princesa se recusar a casar comigo, não esperarei até que ela o deseje, ou a forço a casar-se naquele momento ou a mando executar;
No meu palácio do mal não instalarei nenhum mecanismo de auto-destruição;
Caso precisa de interrogar os meus inimigos não os levarei para o centro de comando da minha organização malévola, um local discreto e isolado serve perfeitamente para espancar um tipo;
Não deixarei pistas para os meus inimigos desvendarem, não tentarei provar que sou mentalmente superior aos meus adversários enviando-lhes pistas do meu plano maquiavélico;
Os corpos de todos os meus inimigos serão cremados depois de serem esquartejados, não vá algum deles sobreviver;
Não deixarei nenhum herói para morrer amarrado nos carris, matá-lo-ei antes de o atirar por um penhasco, só depois deste procedimento celebrarei a sua morte;
O meu adversário não terá direito à realização de qualquer desejo antes de morrer, não vá ele servir-se disso para escapar;
Se por mero acaso quiser fazer com que a morte do meu inimigo seja acidental, farei com que a bomba expluda quando ainda faltarem 2 ou 3minutos para o fim da contagem decrescente, nessa altura ele já deve ter tido tempo para se soltar, mas ainda deve estar a pensar como desactivará a bomba;
Jamais iniciarei uma frase com “Antes de te matar, há algo que te quero contar…”;
Se contratar conselheiros irei ouvir os seus conselhos e segui-los, não vão eles ter razão;
Evitarei ter filhos ao máximo, não vá algum dos miúdos tentar usurpar-me do poder;
Se tiver uma filha, ela será afastada de mim, não vá ela apaixonar-se pelo herói e trair-me;
Evitarei dar risadas estúpidas e maníacas, pode dar a entender a quem ainda não percebeu que eu não regulo lá muito bem;
As minhas forças do mal, não usarão uniformes parecidos com forças que acabaram por ser derrotadas, precisarei de algo mais positivo;
Se as armas das minhas tropas estiverem ligadas a alguma energia que as alimenta, os equipamentos das minhas tropas terão armas convencionais que possam fazer frente às rudimentares armas dos meus adversários, caso o herói desligue a energia;
Por mais atraente que possa parecer uma jovem da rebelião não irei pedir que a tragam aos meus aposentos para ela me matar, devem haver outras jovens atraentes que não me queiram matar;
Todas as belas mulheres que trabalham nas tabernas e tascas do meu território malévolo serão substituídas por mulheres que não sejam belas e que se limitem a servir bebidas e não a incentivar o herói contra mim;
Não deixarei prisioneiros importantes na mesma cela na prisão, e nem por sombras deixarei que os guardas da prisão tenham as chaves da cela, a chave que permita ao herói e amigos sair da prisão será destruída;
Se por acaso me disserem que estou a perder uma batalha importante não insistirei mais e ordenarei a retirada em vez de mandar todas as minhas tropas para a morte certa;
Se matar um inimigo que me deu muito trabalho a matar, procurarei saber se ele tem família, se sim ordenarei a execução imediata de todos, não deixarei que os filhos cresçam com sentimentos de vingança contra mim;
Se tiver que combater numa batalha não irei na frente para procurar lutar pessoalmente com o meu inimigo, afinal tenho colaboradores para fazerem essas tarefas;
Quando apanhar o herói e não o puder matar imediatamente porque ele possui informações que eu necessito, irei ordenar que procurem o animal de estimação dele e que o matem, não vá o bicho desamarra-lo ou roubar as chaves da masmorra onde ele está;
Se capturar uma rebelde e ela disser que está apaixonada por mim e que trairá os seus companheiros se eu lhe disser qual é o meu plano para dominar o mundo, não irei acreditar nela e não lhe contarei o meu verdadeiro plano;
Depois de me instalar no meu palácio malévolo irei contratar arquitectos para que analisem se existe algum túnel ou alguma passagem secreta que não seja do meu conhecimento;
Se por acaso achar que posso convencer o herói a tornar-se no meu número 2, não o farei com o meu actual número 2 na sala;
Não direi aos meus colaboradores para trazerem o meu inimigo vivo para eu conversar com ele, se não preciso de obter nenhuma informação da parte dele, também não preciso que ele permaneça vivo;
Não deixarei que prisioneiros de um sexo sejam vigiados por membros do sexo oposto.
2 comentários:
Ora, depois de ler atentamente os passos para teu plano malevolo, posso dizer-te que coloca-lo na internet, acessivel a toda a gente, nao me parece uma ideia logica!
Qualquer heroi podera ter acesso a elas e assim elaborar uma ofensiva que evite os varios pontos!
(Mas isto digo eu, humilde leitora do V/ blog!!!)
AH
ja agora, numa analise custo benefio, se calhar compensa-te mais seres julgado e condenado a prisao perpetua por crimes contra a humanidade!
Ganhas um pacote completo de ferias, "all inclusive"!
Por detras da porta numero 3:
"O centro de detenção, que funciona desde 1995, oferece aos detidos condições para prepararem a sua defesa, acesso à Internet, apoio médico, espaços para exercício físico, terapia ocupacional e conselho espiritual. O TPI afirma que os detidos são tratados de acordo com os padrões mais elevados em termos de direitos humanos, independentemente dos crimes pelos quais sejam acusados."
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