sábado, 12 de julho de 2008

Comprar um país?!

Este é o sonho de muita gente, mas nem todos o podem fazer. Não é que lhes falte dinheiro para tal, pois parece que dos 100 maiores PIB’s do Mundo 49 pertencem a empresas. Só que comprar um país dá muito trabalho, regra geral os países têm regras para impedir que um lunático milionário os compre. Como comprar um país está fora de questão, pelo menos em termos formais, o que se pode fazer é comprar pessoas.

Roman Abramovich é conhecido por ser o dono do Chelsea F.C., mas o que as pessoas desconhecem é que este senhor era até a semana passada governador de Chukotka. Em 1999, a Duma (parlamento russo) nomeou-o governador do único distrito federal autónomo do país. Abramovich deveria ter abandonado o cargo em 2005, altura em que estavam previstas eleições, porém tal não foi necessário. O Presidente Putin decidiu abolir as eleições regionais para governadores e deste modo, Abramovich foi apontado novamente para o cargo.

Mas o mundo não é perfeito, e o novo Presidente decidiu que estava na altura do governador resignar. Ora, para quem não sabe Chukotka situa-se no extremo norte do continente asiático, a norte da península de Kamchatka. Chukotka é uma vasta região muito rica em algumas matérias-primas, como por exemplo: petróleo, gás natural, carvão e volfrâmio. Se forem à página oficial do governo podem encontrar referências ao excepcional trabalho umanitário do ex-governador.

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Ps: escrevi de acordo com o novo acordo ortográfico.

1 comentário:

Alexandre Carvalho disse...

Ora bem, pelo que li nos jornais, este caso do Abramovich não é singular. Os multi-milionários (os trilionários, bilionários e os humildes milionários estão incluídos nesta contenda) na Rússia têm um acordo formal para desenvolverem certas regiões indicadas pelo Estado. A lógica é: ganhaste muito dinheiro porque a nossa grande-nação to permitiu, agora é a tua vez de dar. E assim, esta elite tem o dever de desenvolver certas regiões até a um certo ponto durante determinado tempo, e só aí sairás do cargo livre...de mais encargos.

A ideia à partida pode parecer boa, dar e receber para que todos beneficiem do exito individual. No entanto, este sistema mais parece uma renovação do sistema feudal, e a indicação que o Estado/Governo relativamente a quem faz o quê e aonde é perniciosa.

O que é que vocês acham, hein?

P.S.: Humanitário agora escreve-se sem -H- ?